26 maio 2011

Ingratidão - Gloria Estefan "Reach"

Escrevo o post de hoje, devido ao comentário do "Coelho" que por vezes comenta aqui neste meu canto. Volta sempre...
Ele comentou que eu já não escrevo acerca do lar onde eu fiz/faço voluntariado, já faz algum tempo...

Em boa verdade se diga, que o meu último post foi escrito na altura que a avó do Gonçalo foi para o lar onde eu fazia voluntariado...

Quando a minha relação com o Gonçalo chegou ao fim, é verdade que não me apetecia encontrar os pais dele, as irmãs dele, ele prórpio...
Sei que pode parecer injusto, que eu esteja a ser palerma. Mas, o facto é que não me apetecia ver ou estar com estas pessoas.

Outro facto, é que eu me cansei das pessoas que trabalham no lar, e que estas que recebem um vencimento ao final do mês, não fazem um "pintelho" e estão sempre à espera que os voluntários façam o trabalho delas. Uma coisa é ser voluntário, outra é ser escravo ou parvo...

Mais outro facto, desde que o meu amigo António deixou o Lar. A forma como o trataram(eu inclusivé tive uma péssima ideia dele), vim a descobrir um excelente ser humano. E, por vezes custava-me ouvir "certos" comentário de algumas funcionárias, e não o poder defender...

A realidade, já dizia a minha avó: "Quem precisa, precisa sempre. Que dá, nem sempre pode dar..."

Faz-me tanta confusão que as pessoas nos dias de hoje(terá sido sempre assim?),só pensem no seu próprio umbigo. Que são capazes de pedir dinheiro emprestado a um amigo para irem viajar e que depois não paguem(não aconteceu comigo);
Outras pessoas que se fazem nossas amigas pela frente e que por trás, já estão a falar mal de nós...;

Vivemos numa sociedade que vive só dos direitos. E, então os deveres e as obrigações?

Realmente nunca vi tanta gente ingrata como nestes últimos tempos.

Caso real(eu não sou de extremos, mas acredito que muita gente não seja merecedora de respirar o oxigénio que respira)
O senhor José começou como ajudante de técnico na empresa onde estou a trabalhar actualmente. Anos mais tarde, a empresa ofereceu-lhe cursos de formação e o senhor José passou à categoria de técnico e depois de Encarregado...
Quando chegou a Encarregado, este senhor josé começou a ter "pena" dos condominios e começou a oferecer as peças dos elevadores...
Por diversas vezes foi chamado à atenção e nunca foi despedido nem nunca perdeu as regalias...
A frase de senhor José era "O condominio é pobre, não tem dinheiro", os milhares de euros que a empresa perdeu porque na zona do senhor josé não havia orçamentos nem avarias. Tudo era oferecido por este senhor...
Agora o senhor José abriu uma empresa de elevadores, cobra 25 euros por um contrato de manutenção simples. Anda a "roubar" os clientes da empresa que lhe pagou sempre o ordenado...
E, como não chega "roubar" os clientes, ainda fala mal da empresa...
Ele não vai "roubar" clientes às outras empresas de elevadores, só mesmo àquela que toda a vida o ajudou.

Para além de Ingratidão, o que dá vontade de fazer a uma personagem destas?

5 comentários:

um coelho disse...

Obrigado por responderes à questão do lar. Acho que todos nós, de acordo com as suas possibilidades, deve doar um pouco de si aos outros, é aquilo que nas empresas se chama 'responsabilidade social', e apesar de contribuir sempre para as acções do banco alimentar e outras acho que o nosso tempo é das coisas mais preciosas que podemos dar aos outros. Por isso, sempre tive muita admiração pelo teu trabalho lá no lar. Compreendo perfeitamente os teus argumentos para teres deixado de lá ir, e sobretudo nas circuntâncias actuais a tua saúde não te deve permitir grandes esforços. Pode ser que um dia encontres outro lar (refiro-me ao lar porque pareceu-me que era uma coisa que gostavas de fazer, mas qualquer ação social é bem-vinda.

Estive fora algum tempo, e a somar à carga de trabalho das semanas anteriores não me tem permitido acompanhar a blogosfera com a assiduidade merecida, mas vou tentar equilibrar isso nos próximos tempos.

Em relação ao exemplo do Sr. José... não concordo que ele ande a oferecer peças de uma empresa que não é dele, naturalmente. Não é uma instituição de solidariedade social, é uma empresa com fins lucrativos e as ações dos funcionários devem ter esse objetivo. Mas não critico o facto dele ter ido abrir outra empresa. O mercado é aberto, qualquer um pode estabelecer o negócio que quiser. Tu próprio podias pensar em abrir a tua própria empresa de elevadores, com o know-how que foste adquirindo entretanto. Tenho ideia de ter lido num post teu que um contrato barato como esse dá prejuízo à empresa, portanto se ele anda a fornecer serviços a um preço inferior ao seu custo real não só anula as margens como um dia ficará insolvente. Mas isso é um problema dele. Já que fale mal da empresa anterior... quem sabe se um dia não se vai arrepender disso.

Abraços

Meia Noite e Um Quarto disse...

quanto ao sr. josé: a tua empresa deve ter um departamento jurídico, como tal eles têm que saber o que fazer...o código comercial protege a tua empresa. Se me quiserem contratar é só dizeres;-P

quanto aos lares, fui voluntário num durante dois anos, amava profundamente ir e estar lá...até ao momento em que faleceu a primeira senhora, a partir dali, eu com 16 anos não consegui lidar com a morte de ao fim de contas, uma amiga, e pensar que iria passar mais cedo ou mais tarde pelo mesmo com todas as minhas queridas...preferi sair, era muito pesado de lidar...

Ingratidão...dá e de alguma forma te será retribuído...

aquele abraço!!

Miguel disse...

Bem... ponto 1: eu trabalho como administrador de uma Empresa e acho que a Empresa onda trabalhas "rouba" os clientes...
Ponto 2: Quanto ao senhor José, ele tem todo o direito de abrir uma empresa sua na área, e se os vossos clientes vão para ele é porque ele é mais competitivo... se ele trabalhou convosco, o rácio preço/qualidade é melhor, uma vez que ele tem o know-how e leva mais barato.
Na Empresa onde trabalho, uma política que temos é que nunca devemos dar a capacidade total a um empregado para que o mesmo se possa tornar independente da Empresa, devemos sim dar-lhe apenas os conhecimentos necessários para desempenhar a sua função. O senhor José ao ser encarregado e tendo conhecimentos técnicos ficou com tudo o que precisava, capacidade organização do serviço e capacidade para efectuar o serviço, 2 coisas que não se devem colocar juntas a não ser em pessoas que cujo contrato de trabalho preveja a impossibilidade de virem a trabalhar na mesma área que a Empresa.

francisco disse...

Coelho,

Posso concordar contigo em algumas coisas, a realidade é que quando o senhor foi para a reforma a seu pedido a empresa perguntou-lhe se ele estava disponivel para dar formação aos mais novos, devido ao seu know-how adquirido ao longo dos anos. O valor hora não foi discutido.
O senhor disse que queria descansar e ir viajar com a mulher. O resultado foi bem diferente...
Como este senhor existe muita gente, eu só posso definir como ingratidão... Só isso...

Abraço

Meia noite e um quarto,
Existe um departamento jurico. Só que palavras não valem em tribunal. Em Portugal o teu sigilo profissional só é válido por dois anos e que esteja expresso que não possas ir para a concorrência...
Tudo depende da "formação" de cada ser humano...

Abraço

Miguel,
Ponto 1, já fiz um post acerca disso e move on...
Ponto 2, Tu como Administrador tens muitos conhecimentos. O que te impede de ir para a concorrência daqui a 20 anos?
Se fores para a concorrência, eu aceito. Agora se roubares exclusivamente clientes da empresa onde estás e falares mal...

Tem a ver com a tua Ética e Moral

Quero acreditar que ainda existam pessoas que saibam reconhecer quem um dia lhes fez bem...

Abraço

João Roque disse...

Sobre os lares, apenas conheci um, tipo familiar, quando ali esteve uma Senhora muito amiga que eu ia visitar; tive a melhor impressão do pessoal e se tivesse outra idade, decerto ponderaria fazer voluntariado num lar; mas concordo com as tuas razões pessoais para deixares de lá ir.
Quanto ao senhor José, a coisa vista "de fora" parece dar-lhe alguma razão, mas é preciso olhar a todos os aspectos do assunto, e eu não tenho bases para o fazer.